quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

AUTOCONFIANÇA X AUTODESCONFIANÇA

A baixa autoconfiança é pior a autodesconfiança. Pode até parece estranho, mas é verdade. Há muitas pessoas que duvidam da sua própria capacidade. Porém, há outras pessoas que não duvida de seu potencial, na verdade, tem certeza de que não consegue, não presta, não está capacitado, ou seja, se autodesconfia.

Algumas dizem que ter fé é crer e que confiar é agir na crença, ou seja, ter fé é acreditar que se você cair alguém lhe socorrerá. Por outro lado, confiar é simplesmente se jogar, ou seja, quem autoconfia não apenas crê, mas age sobre o que crê: faz, realiza e concretiza, se vale para tal da percepção que tem de si e do valor que se dá. As pessoas com autoconfiança - confiam em seu potencial e em suas capacidades.

Talvez pergunte: Por que essas pessoas confiam tanto em si mesmas? Sabe por quê? – Porque elas desenvolveram uma crença em si mesma e essa crença em si mesma é o autoconhecimento. Conhecer-se é fundamental para acreditar em você!

A hesitação e o agir com medo são produtos da baixa autoconfiança. Mas pior é o que desconfia dele mesmo, pois, simplesmente, não age. Dá as costas para as oportunidades, esquiva-se, recua e se esconde. Nem se permite a chance do erro. Entenda: desconfiança é a falta de confiança, ou seja, “falta de crença nas qualidades de outrem ou de si mesmo”.

É imaginar a possibilidade de um deslize, uma traição, uma demonstração de incompetência, de falta de crédito ou de fé e, por isso, não agir. Quem desconfia de si mesmo crê que algo falhará, não será benfeito ou não é forte o suficiente para cumprir a sua função. É um desesperançado, inseguro e frágil. A pessoa que tem uma baixa autoconfiança acredita minimamente nela. Já a que se autodesconfia se anula por completo.

Mas autoconfiança tem a ver com o conhecimento que temos de nós. O conhecimento gera segurança e confiança. Sabe quando você vai seguro e confiante prestar um exame, realizar uma venda, conduzir uma reunião ou fazer uma apresentação pública? Não tem outra explicação: essa confiança é gerada a partir da certeza de que você é capaz de obter bom êxito no que se propõe a fazer. Por sua vez, essa certeza é fruto da experiência de já ter feito antes, de já ter praticado ou exercitado o suficiente.

Sabe, eu particularmente sou contra a ideia de que, quando você acredita que pode, consegue. Não basta só acreditar, você tem de confiar com base em suas experiências. Entregue uma tarefa a um incapaz motivado e você terá alguém extremamente entusiasmado em fazer o que não sabe como fazer. Você já pode imaginar o resultado. Agora, tenha cuidado para não achar que é auto-suficiente. Isso gera arrogância e prepotência. Um passo largo para a queda.

O autoconfiante conhece suas virtudes, mas também deve ter consciência de suas falhas e deficiências. Por isso, confia nos limites superiores e inferiores de sua capacidade e os respeita. A ideia não é sustentar que não confiemos em nós. O objetivo é alertar que somos falíveis, que não somos soberanos e, por isso, estamos sujeitos a falhas.

Mas como fazer com que alguém que não se estima passe a confiar mais em si mesmo?

O primeiro passo para construir a autoconfiança é descobrir quem você é. Mas é muito difícil nos enxergarmos em nossa totalidade. Assim, é quase certo que você precisará da ajuda externa de colegas, amigos, familiares ou mesmo de ajuda profissional para conseguir construir uma imagem correta de sua pessoa.

A partir daí, da consciência de quem você é, do que é e não é capaz de fazer e realizar, começa a construção de uma nova e maior capacidade, a partir da reciclagem, da leitura e dos exercícios práticos. Autoconfiança se consegue fazendo, errando, tentando de novo e corrigindo até acertar. Por isso, mova-se, prepare-se, teste-se, prove-se, examine-se e pare, pelo amor de Deus, de se autodesconfiar. Você tem valor. Só precisa descobrir isso. Pode confiar, funciona.

Colaboração: Paulo Angelim