quarta-feira, 9 de julho de 2014

O QUE NÓS PODEMOS APRENDER COM A DERROTA DO BRASIL NA COPA?

Meu comentário de hoje respeito à vitória da razão em cima da emoção, o que considero pertinente para meus leitores Brasileiros que gostam de dizer que “são puro coração”.

O que vimos nessa Terça foi uma derrota histórica e infeliz, é claro, mas que mostra nitidamente o quanto a disciplina e controle emocional supera o oba-oba e o jeitinho.

Muitos dizem desde o começo da Copa que a Alemanha não é um time que empolga, mas é um time que ganha na eficiência – não ganha na “raça”, ganha na “competência técnica”.

Brasileiro, por outro lado, gosta de ver show e de se emocionar. Saindo do futebol, o mesmo acontece na vida real. As pessoas anseiam por emoção, querem “viver a vida adoidado” como se o mundo fosse um palco e objetivo da existência fosse esperar por aventuras Hollywoodianas que podem acontecer a qualquer momento. É claro que no cotidiano, as obrigações exigem uma postura diferente, mas que o Brasileiro leva de mau grado. O trabalho é uma obrigação chata, estudo é só para conseguir diploma, tudo para conseguir um pouquinho mais de dinheiro para bancar um churrasquinho com filé no Domingo ou no feriado.

Alemão não é assim. Alemão leva a sério o trabalho e o estudo e faz tudo com muita atenção, disciplina e dedicação. Não tem oba-oba, não tem jeitinho, vide a revolta Alemã a cada tentativa do time Brasileiro de “cavar” faltas.

Isso pode parecer muito chato do ponto de vista Brasileiro, mas não é. No final das contas, na confusão em que a zona do Euro se encontra, é a Alemanha que está bancando todo mundo, dando dinheiro para ajudar os países quebrados e levando a Europa nas costas.

Não à toa que apesar de não ter jogado todas as Copas como o Brasil, a Alemanha tenha um número maior de jogos acumulados, já que sua disciplina e eficiência a levam com mais frequência para semi-finais e finais.

Indo ainda mais fundo do que a superficialidade da economia e da sociologia, temos a questão da inteligência emocional.

Brasileiro acha que ser inteligente emocionalmente é ser extrovertido, se dar bem com todo mundo, fazer piada, ser o centro das atenções. Essas características, entretanto, refletem muito mais uma pessoa desequilibrada emocionalmente, sedenta por atenção e carinho do que uma pessoa segura de si e equilibrada.

Surpreendentemente, a inteligência emocional fez diferença ontem no campo. Jogando contra os donos da casa e uma torcida barulhenta, pronta para vaiar a cada posse de bola Alemã, os visitantes se mantiveram equilibrados, frios e se aproveitaram justamente da falta de inteligência emocional do time Brasileiro que já se sentia desestruturado com a falta de dois jogadores importantes e se abalaram profundamente ao levarem o primeiro gol.

Inteligência emocional é, em primeiro usar, ter bom senso para fazer bom uso das emoções. Acontece que ao contrário do que o povo pensa, isso não significa extravasar, mas sim conter-se! Por esse motivo, inteligência emocional não é sinônimo de extroversão (contudo, nem de introversão), mas sim de controle emocional. A pessoa inteligente emocionalmente sabe quando é hora de extravasar, de botar o coração pra fora e quando é hora de se conter para não perder as estribeiras.

Várias pesquisas na área do estudo da emoção apontam o povo Alemão como mais inteligente emocionalmente, justamente por saber dosar e usar o “coração” quando é adequado, mas levar a vida a sério, com disciplina.

Brasileiro rechaça qualquer ideia de controle, acha tudo chato, tudo “frio”. Brasileiro acha que está num filme de Hollywood e que vai ganhar a vida na raça, com toda a emoção como Rocky Balboa… mas se esquece que mesmo no filme, Rocky treina com uma discipina imensa!

Se é que essa derrota serve como lição, o que podemos aprender é que jeitinho e coração não são a solução. Disciplina não é coisa chata de gente fria que nunca se diverte. Quem já esteve na Alemanha sabe que o povo Alemão sabe se divertir e curtir a vida. A derrota Brasileira é um reflexo da vida de muita gente que se empolga muito, mas morre na praia, perdendo justamente por falta de disciplina e eficiência, que tiram o foco e tornam tudo uma bagunça só. Aqueles que vencem na vida se mantêm focados, disciplinados e com isso ganham na produtividade, deixando os empolgados pra trás.

Por
Fran Christy