terça-feira, 24 de abril de 2012

A PERSPICÁCIA: IMPORTANTE PARA O SUCESSO PESSOAL


A falta de perspicácia se caracteriza por desatenção, confusão, frustração e falta de capacidade de compreender e lidar com problemas complexos. Esse comportamento é facilmente tachado de burrice!

Minha intenção aqui não é ofendê-lo, evidentemente, mas, sim, levá-lo a uma reflexão sobre sua postura pessoal. Falta de perspicácia, ou seja, burrice, é a causa número um do fracasso em todas as áreas da vida! O que dificulta a solução desse problema é que as pessoas associam o termo "burro" a um insulto e não a uma característica pessoal real, reagindo instantaneamente com um dos mais poderosos mecanismos de defesa do ego: a negação. Ficam ofendidas frente ao menor vislumbre de que estão sendo tachadas de burras.

Se você não tem obtido o sucesso e a satisfação que deseja na vida, é possível (e isso só você mesmo pode concluir) que o problema seja sua falta de atenção, sua displicência, sua negligência - o que, em linguagem popular, se chama... burrice! Pois é, muita gente admite falta de atenção, falta de concentração, "dificuldades" com certas coisas, sem se dar conta de que o nome popular disso é burrice!
Antes que você comece a me xingar, vamos dar uma olhada na definição de burro e burrice do dicionário:

Burro
1. Lento ao aprender e compreender, obtuso;
2. Tende a tomar decisões levianamente e a cometer erros descuidados;
3. Desatenção aos detalhes, que resulta em más decisões.

Burrice
1. Falta de senso comum;
2. Falha na percepção;
3. Lentidão mental.

Insultos à parte, muita gente por aí é burra mesmo. Burra por levar a vida desatenta, descuidada e levianamente. A pessoa burra acaba cometendo tantos errinhos quase imperceptíveis em seu dia a dia que, no final das contas, isso faz uma grande diferença negativa nos resultados que ela obtém na vida:

- Frustração constante: Por cometer tantos errinhos tolos, principalmente por desatenção, a pessoa burra vive frustrada. As coisas não dão certo, ela esquece objetos, compromissos, informações e tem dificuldades tolas com as coisas mais simples, principalmente com tecnologia. Tudo isso gera uma frustração enorme, principalmente porque ela não vê que os problemas são causados por ela mesma;

- Raiva e agressividade: A próxima etapa para a pessoa frustrada é começar a agir como se o mundo estivesse fazendo campanha contra ela. Ela não reconhece a própria burrice, por isso ela não entende por que as coisas não dão certo ou por que ela parece tropeçar a cada três passos. Logo, logo, ela começa a ficar brava com tudo, de mau humor com a vida, a "dar patada" nas pessoas próximas e reagir com agressividade;

- Drama e depressão: No longo prazo, a pessoa burra - por não entender o que está errado em sua vida e por que as coisas nunca dão certo - começa a se sentir vítima de algo que ela não sabe o que é. O sentimento de vitimização é a semente da depressão.

Burro x Ignorante
Ignorante é aquele que ignora algo, ou seja, que não conhece, não sabe, não tem uma determinada informação. É mais um termo sendo levianamente usado como insulto sem que seu real conceito esteja sendo utilizado apropriadamente.

O ignorante não é necessariamente burro, ele simplesmente não sabe, não tem o conhecimento necessário para atuar sabiamente dentro de uma determinada situação. O burro, por outro lado, não é necessariamente ignorante. Ele pode saber, mas não presta atenção; é negligente; olha e não vê; não raciocina; não liga os pontos.

A ignorância, portanto, pode ser perdoável, já que todos nós somos ignorantes em uma porção de coisas que ainda não conhecemos, não descobrimos.

A burrice, contudo, é o pecado mortal, que mantém as pessoas no limbo da frustração e da decepção. O burro sabe, mas ele é tão desligado e mentalmente preguiçoso que não usa esse conhecimento.

Agora, muitas vezes o burro é também ignorante, pois não se dá o trabalho de procurar se informar. A ignorância, então, enfatiza sua burrice! Mais um hábito terrível herdado do falido sistema escolar. As pessoas se habituaram a confortavelmente dizer:

"Ah, mas eu não sabia", como se isso fosse uma desculpa totalmente aceitável. Você não tem que saber tudo, é claro, mas quando o conhecimento está a um passo de distância e você não ficou sabendo por falta de proatividade, a burrice foi sua mesmo.

Hoje em dia, com a facilidade da internet e a imensa disponibilidade de informações a alguns cliques de distância, é possível descobrir rapidamente uma infinidade de dados que ajudam a resolver problemas em alguns minutos. Por exemplo, a maioria dos problemas técnicos com computadores e afins podem ser resolvidas por um completo leigo com cinco minutos de busca por informações no Google. Mas a pessoa reativa não faz isso, nem procura nada, já de cara lança o mantra "Eu tenho dificuldades com informática" e fica por isso mesmo. Se alguém não ajudá-la a resolver o problema, ela fica com o pepino na mão.

Outra parte do desconhecimento é decorrente da simples falta de atenção, o que também é resultado da burrice e não simples ignorância. Em muitos casos, se a pessoa estivesse atenta, ela saberia o que afirma desconhecer. No ambiente escolar, alunos usam e abusam do argumento de que eles não sabiam para justificar o fraco desempenho. É comum a criança correr para os pais e justificar a nota baixa dizendo que o professor não ensinou o que cobrou na prova, o que em 99.9% dos casos é mentira deslavada. Mas é claro que os pais acreditam no filho e o professor vira o vilão da história. Essa criança cresce e acha que pode fazer a mesma coisa no ambiente profissional, tentando volta e meia manipular o chefe, afirmando que não foi informado por algum colega ou que não estava a par das informações por erro de outrem. O chefe, por sua vez, sabe que desconhecimento não é desculpa e que culpar os outros por seus erros é uma péssima prática profissional. A pessoa não progride na carreira e não sabe por que...

Segundo o dicionário, o antônimo de burrice é inteligência, mas acredito que perspicácia explique melhor a diferença, pois é o que falta na pessoa que preenche a definição clássica de burrice. Se burro é aquele que toma decisões levianamente, que não presta atenção, que "olha e não vê", que é confuso e lento para entender e aprender, o contrário dessa condição é perspicácia, não exatamente inteligência.

Muitos burros são, na verdade, inteligentes, mas sua falta de atenção e de perspicácia faz com que eles não consigam usar sua inteligência em favor próprio.

Perspicácia é a capacidade de entender com meias palavras, de pegar as coisas no ar, é a qualidade da pessoa atenta, esperta, que está sempre ligada, sempre em sintonia com o que está acontecendo no momento, justamente o contrário do que definimos como burrice!
Por.: Fran Christy

segunda-feira, 9 de abril de 2012

CURTIR A VIDA OU PLANEJAR O FUTURO

Sua forma de pensar não dita somente o sucesso que você tem em termos profissionais, mas absolutamente tudo em sua vida. Desde a saúde dos seus relacionamentos (pessoais e profissionais), sua relação consigo mesmo e até suas conquistas e fracassos na vida em geral.

São as ideias que você tem sobre como o mundo funciona que ditam como será sua atitude na sua vida pessoal e profissional. De fato, a verdade mais dura é que as próprias pessoas é que criam sua realidade.

Vivemos em um mundo que adora vítimas e faz cara feia para "culpados". Vivemos num joguinho de gato e rato conosco, fugindo da culpa por nossos próprios atos e atitudes e, quando nos pegamos, fazemos cara feia para nós mesmos, punindo-nos por sermos culpados por nossos fracassos. É aquela coisa: ou negamos até o último fio de cabelo que temos um problema, que a culpa é nossa, ou passamos para o extremo oposto e começamos a nos dar bronca por termos cometido erros, por pensarmos assim e "assado". Vou pedir para você, para começo de conversa, se desapegar dessa noção infantilizada do binômio "Não tenho culpa de nada" X "Sou culpado de tudo". Quem estuda desenvolvimento pessoal geralmente tende para o lado de ficar se culpando, se dando bronca o tempo todo. Se esse é você, pare com isso! Essa postura não leva a lugar algum, ficar chorando as mágoas porque você não foi bonzinho consigo mesmo não é o primeiro passo para mudar – pelo contrário, só intensifica o problema.

Dito isso, podemos começar a delinear um pouco mais o assunto. Quanto mais você souber sobre os mecanismos intelectuais que sua mente usa para definir sua atitude e modo de pensar, mais ferramentas você terá para realizar as mudanças necessárias para diminuir os efeitos de padrões de pensamento que operam contra você, contra seu próprio sucesso e bem-estar.

O primeiro e mais importante ponto a ser compreendido é que nossas ideias sobre o mundo e a vida em geral são como mapas que mapeiam um território. Nossa falta de visão de conjunto – e nisso eu incluo todo mundo, sem exceção – faz com que nossa capacidade de mapear corretamente o território em que estamos seja altamente falha.

Nós simplesmente somos incapazes, como seres humanos, de compreendermos a realidade absoluta da vida e de nossa existência.

Mas o que tudo isso tem a ver? Compreender e aceitar de corpo e alma que o tempo todo nós podemos estar redondamente errados sobre nossas ideias e pensamentos (nossos mapas) é o primeiro passo para uma flexibilidade mental que pode abrir portas inimagináveis.

As mais fortes razões que levam as pessoas ao fracasso (em tudo na vida: em seus relacionamentos pessoais, no âmbito profissional, em sua busca por um bem estar maior – o que popularmente chamamos de "felicidade") estão ligadas a ideias erradas sobre como as coisas são e funcionam. A pessoa que mantém ideias que fogem demais da linha e teima em não mudar só encontra o fracasso. Isso é altamente perceptível em relacionamentos afetivos.

No mundo profissional, um dos maiores mitos que compõem o rol de mapas errados que as pessoas mantêm é o de que trabalho duro é o segredo do sucesso. Eu arriscaria até dizer que, numa lista de prioridades de características e práticas desejáveis para o sucesso, trabalho duro está lá pelo final da lista. Não é que eu esteja defendendo o contrário – falta de trabalho "duro", se é que esta é a palavra mais adequada. A grande armadilha está em acreditar que, se você trabalhar duro durante um tempo, mais cedo ou mais tarde você encontrará o sucesso.

Assim como o mito do trabalho duro, existem muitos outros mitos e ideias cristalizadas que as pessoas mantêm como "certas" e que são justamente a causa de seu fracasso. A pessoa focada somente no trabalho duro, achando que esse é o segredo do sucesso, acaba se tornando cega para os fatores que são realmente importantes ou que estão mais alto na lista de prioridades. Ela está ocupada demais "trabalhando duro" para prestar atenção em qualquer outra coisa!

Outra ideia altamente nociva para o sucesso profissional é o mito da oportunidade. Há pessoas que esperam a vida inteira por uma oportunidade que nunca chega. Esse mito provém de uma postura passiva, uma postura derivada da crença de que você não tem real poder para ser bem sucedido na vida, você precisa de uma oportunidade, você precisa que alguém te ajude ou que "alguma oportunidade" apareça para que você possa aproveitá-la e, então, seguir rumo ao sucesso. Se há algo que eu possa dizer sobre esse assunto é: esqueça isso! Risque a palavra "oportunidade" do seu dicionário! No máximo entenda que, se é pra você usar esse termo nesse caso, você cria suas próprias oportunidades. Meu amigo Tim Ferriss – com sua atitude um tanto "revoltada"–sempre fala: "Não peça permissão, faça e depois peça desculpas (se necessário)". É claro que há um pouco de humor no tom de Tim, mas o espírito do que ele tenta passar é que você deve fazer o que bem entender, sem esperar que alguém forneça validação no sentido de apoiá-lo, autorizar ou convidá-lo. Na maioria das vezes, se você pensar bem, você não precisa nem pedir permissão, nem pedir desculpas a ninguém. É a sua vida, ninguém se importa com você mais do que você mesmo!

Compreender que esses mapas podem estar errados é o primeiro passo. Quando você realmente compreende (entende de fato, não apenas intelectualmente!), você começa a abrir mais sua mente para questionamentos que levam a atualizações eventuais desses mapas. Ninguém tem os mapas absolutamente corretos, não tenha real esperança de descobrir a "verdade" sobre qualquer coisa.

Todas as verdades que temos nesse ponto são relativas, ou seja, são condicionais à nossa compreensão e podem mudar à medida que ampliamos nosso entendimento do mundo e da vida. Ao compreender que você pode estar errado e se manter aberto para mudar, seu grau de perspicácia aumenta naturalmente. A falta de perspicácia é, em grande parte, provocada pela rigidez mental, pelo apego a ideias que estão tão cristalizadas que você não consegue mudá-las e atualizá-las.

Ao se tornar mais perspicaz você começa a ter momentos de "clareza" e "revelações". Sabe quando você finalmente entende algo complexo ou secreto? Você tem aquela sensação "ahhhh, é assim!" e, depois dessa revelação, tudo sobre aquele assunto se torna mais fácil. Algo como compreender a lógica matemática que explica uma equação que, antes, você só conseguia resolver com uma fórmula e não entendia bem o mecanismo do processo!

Muitas pessoas tentam alcançar o sucesso não só profissional, mas também pessoal, usando "técnicas" similares a fórmulas matemáticas sem compreenderem bem o mecanismo da lógica que dá origem ao processo! Essa lógica, como discutimos no artigo anterior, não é algo que possa ser explicitamente revelado, é algo que só pode ser compreendido através da perspicácia. É preciso um desses momentos "ahhh, então é assim!" para realmente captar o espírito da coisa.

Informação ajuda. Ler e obter dados sobre o que você quer entender não machuca, mas o segredo está na flexibilidade mental que atualiza o conceito atual que você tem sobre um determinado assunto, substituindo-o por mapas mais fiéis à realidade. Com o tempo, isso vira um hábito, suas ideias deixam de se "cristalizar" dentro de sua cabeça e passam a "flutuar" mais livremente, sendo substituídas facilmente por outras assim que você percebe que elas não correspondem mais à realidade ou que sua compreensão do assunto já se ampliou.

Adotar essa postura não é tão difícil quanto parece, mas também não é tão fácil, no sentido de que o medo do desconhecido, a resistência à mudança, o apego sentimental àquilo em que você acredita e o próprio orgulho faz com que reconhecer que você está errado e adotar uma nova ideia que substitua um pensamento qualquer acaba sendo um esforço quase insuportável para muita gente.

Superados esses empecilhos de ordem egoísta, o caminho fica mais livre para que, com a cabeça mais aberta, você possa começar a substituir todos os conceitos e mitos que já não servem mais para você, que já não contribuem para o seu crescimento pessoal e profissional.